Beto Albuquerque focará campanha para governador no tema educação

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A principal bandeira da campanha para as próximas eleições ao Palácio Piratini do ex-deputado estadual e federal Beto Albuquerque (PSB) será a da educação. Ex-candidato a vice-presidente da República na chapa de Marina Silva (Rede), em 2014, Beto reforçou esse compromisso, quando teve lançada a sua pré-candidatura ao cargo de governador do Rio Grande do Sul, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, neste sábado (4). O evento contou com a presença de diversos políticos e apoiadores do Partido Socialista Brasileiro.

Jornal do Comércio – Quais serão as suas metas durante a campanha ao Palácio Piratini?

Beto Albuquerque – A minha pré-candidatura tem, primeiro, um propósito que é tornar a minha história, a minha experiência, ainda mais conhecida de todos os gaúchos e gaúchas. Eu acho que é muito importante em uma eleição para governador que a sociedade conheça os candidatos com tempo, para depois não haver arrependimentos, como nós vivemos atualmente em vários casos. A pauta número um do nosso projeto, da nossa visão para o Rio Grande do Sul, depois de tantos planos fiscais, de arrochos, de ajustes e até de privatizações é que agora chegou a hora da educação ser a prioridade do Rio Grande do Sul. Sem educação, não há desenvolvimento.

JC – Como fazer esse aprimoramento do ensino?

Beto – Temos que melhorar a qualidade da formação, tanto do professor como do aluno, e mais do que isso, precisamos transformar nossa escola, que é precária hoje, que não tem tecnologia à disposição do aluno e do professor, que não é aprazível em seu ambiente, que é antiga, velha, que não se modernizou. Temos que tornar a escola um ambiente onde o desejo do aprendizado seja estimulante para o aluno permanecer nela. Nós temos hoje 20% de repetência e 20% de evasão, isso significa que a estrutura não está bem e se não fossem pais e professores muitas escolas estariam fechadas.

JC – Quanto a privatizações, qual é a sua posição sobre o tema?

Beto – Eu acho que as privatizações já foram demais, no limite. Eu não sou contra privatizações, acho que empresa pública que não consegue pagar os seus impostos deixa a desejar, mas acho que o período de desmonte, de retirada de direitos, de teto de gastos, já cumpriu o seu papel. Agora, chegou a hora de a gente incrementar a formação e a educação pública no Rio Grande do Sul.

JC – Como o senhor considera a sua candidatura, de centro, esquerda ou direita?

Beto – Eu sou um homem de centro-esquerda, sempre fui. Sou um homem de diálogo, de respeito às diferenças. Sou um cara que respeita quem pensa e raciocina ideologicamente diferente de mim e assim vou me comportar na eleição. Não é defeito ser de esquerda e não é virtude ser de direita. Para mim, o que é virtude em um homem público, de esquerda ou de direita, é ser honesto e competente.

JC – No lançamento da sua pré-candidatura no Teatro Dante Barone, antes da sua entrada no palco, alguns dos seus correligionários, em seus discursos, bradaram “Fora Bolsonaro”. Qual a sua postura diante da atual gestão do governo federal?

Beto – Olha, no meu palanque só vai subir candidato a presidente que goste da democracia, que respeite os Poderes, as instituições, que deseje unir o País nos propósitos maiores, em um momento de crise como nós vivemos, de desemprego, de ausência de desenvolvimento, de fome, inclusive, de doença, ainda não resolvida. Então, óbvio que esse campo mais conservador, e um pouco irracional, não tem espaço no nosso palanque. Mas eu respeito aqueles que acreditam nesse tipo de vertente política, porém não é o meu campo, nunca foi, mas não ser desse campo não significa que não tenha condições de sentar ao redor de uma mesa, tomar um café e dialogar e aprender também. A gente aprende com os outros, mesmo com aquele que é adversário.

JC – Qual a sua avaliação do governo de Eduardo Leite (PSDB)?

Beto – Primeiro, deu continuidade a algumas coisas que o (ex-governador José Ivo) Sartori (MDB, 2015-2018) havia iniciado. É um governo que estabeleceu uma política de diálogo muito eficiente, conseguiu construir uma maioria na Assembleia Legislativa, mas tem algumas agendas com as quais eu discordo. Cito a questão da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento), acho que a solução para a Corsan não era vender o patrimônio, era continuar a parceria público-privada (PPP) que está sendo exitosa na Região Metropolitana e poderia ser exitosa para todas as regiões do Estado.

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