O número de usuários de redes sociais no Brasil é superlativo. Só no WhatsApp, estima-se 120 milhões de brasileiros e um volume gigante de dados gerados e compartilhados a cada segundo. Uma riqueza imensurável, pois, como você já deve ter ouvido por aí, os dados são o petróleo do século 21. Daí surgem os riscos à vida, à democracia, ao futuro.
Ao mesmo tempo que democratizam o acesso à informação, que potencializam vozes antes jamais ouvidas e permitem que multidões conheçam realidades escondidas, as redes sociais também expõem, todos os dias, os cidadãos à desinformação.
Você provavelmente já recebeu, no grupo de Whats de família, amigos, condomínio ou outro, notícia falsa. Algumas podem ser inofensivas, até ingênuas. Mas quando elas são feitas em escala, com método e intenção, a desinformação pode matar. Quem afirmou isso foi a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Melissa Palmieri: “Fake news mata e mata mais que vírus e bactérias”.
Ela tem razão. Basta uma pesquisa simples para relembrarmos casos de inocentes atacados (e mortos) a partir de notícias falsas propagadas pelas redes. Na pandemia, a OMS chegou a usar o termo “infodemia” para descrever a onda global de desinformação acerca do vírus, da sua origem, da vacinação e dos tratamentos.
O que deveria ser uma ferramenta de aperfeiçoamento da democracia, de ampliação da participação popular e de acesso à informação foi transformado em uma guerra virtual, na qual se criam histórias falsas para manipular milhões de pessoas.
Nas eleições o risco é ainda maior, porque pode interferir no resultado. Por isso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), já em vigor, é tão fundamental. Você pode até achar que não está no mundo virtual porque não tem redes sociais, mas seus dados estão lá e são usados. Com ou sem a sua anuência.
Façamos, cada um de nós, nossa parte. Mesmo que seja papo em família, amigos ou colegas. Informação é poder. Nunca esqueçamos disso. Barack Obama uma vez questionou: ?nós fazemos uma política do cinismo ou uma política da esperança??. A escolha é do cidadão.