Pré-candidato, Beto Albuquerque quer foco na educação

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Por: Heitor Araújo

Um dos pré-candidatos ao governo do Estado, Beto Albuquerque (PSB) esteve na Zona Sul nos últimos dias em movimento de articulação com vistas à disputa pelo governo do Estado no ano que vem. O ex-deputado visitou Rio Grande na quinta-feira e na sexta cumpriu agenda em Pelotas. Além de reuniões com apoiadores e filiados ao partido, lançou o livro Liberdade, igualdade e humanidade: são também nossas façanhas?, que traz os pilares do seu provável plano caso confirme a candidatura ao Palácio Piratini.

Albuquerque é ex-deputado estadual e federal e foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva (Rede) em 2014 e ao Senado em 2018, quando foi o terceiro mais votado. No Estado, atuou como secretário dos Transportes no governo de Olívio Dutra (PT) e de Infraestrutura no de Tarso Genro (PT).

Antes de deixar Pelotas para continuar o roteiro em Cristal, onde seria recebido pelo ex-vice-governador do Rio Grande do Sul, Beto Grill, companheiro de sigla, Albuquerque conversou com o Diário Popular.

DIÁRIO POPULAR – Qual sua expectativa de, pela primeira vez, concorrer a um cargo no Executivo gaúcho?

BETO ALBUQUERQUE – Minha trajetória de vida limpa, ética e tranquila me amadureceu bastante para dizer ao partido que estou pronto. Vacinado contra o ódio e super estimulado para o diálogo. Aceitei por me achar preparado, entender que pode ser a minha vez depois de tantos anos de dedicação ao PSB.

DP – O senhor está lançando um livro. Qual a abordagem dele?

BA – Faço esse questionamento dos valores que estão em nossa bandeira, se são nossas façanhas. Discorro sobre eles e coloco uma série de coisas necessárias para o RS avançar com mais protagonismo. A principal delas é a educação, é a minha principal bandeira. A desmotivação dos professores, falta de respeito a eles, falta de complementação salarial baseada na inflação, que há oito anos não é feita. Nossas escolas não são atraentes aos jovens, não oferecem nada de tecnologia. Somos o último estado do Brasil em ofertas de ensino integral, é uma vergonha. Também é uma vergonha ser o primeiro estado em evasão escolar e repetência.

DP – O senhor projeta um governo mais voltado às ações de um estado de bem estar social?

BA – Muito voltado a isso. Tem que acabar o período de cortes, choques fiscais e tirar direito dos servidores. Está na hora de devolver à sociedade políticas públicas completas e eficientes. Esqueceu-se da educação e isso não é razoável, ter no RS professores que ganham os piores salários do Brasil. O futuro dos nossos jovens está sendo deixado de lado. Temos que devolver aos gaúchos os benefícios de tantos anos de cortes.

DP – O PSB apoiou José Ivo Sartori (MDB) em 2018 e integra a atual base de apoio a Eduardo Leite (PSDB). Como convencer o eleitorado de esquerda sobre a sua candidatura?

BA – Preciso convencer o eleitorado que acredita na educação. Temos no centro, na esquerda e até na direita pessoas que ainda não abriram mão de ver na educação o caminho da independência, liberdade e igualdade. Tenho origem na centro-esquerda, pessoalmente não integrei nenhum desses governos [Sartori e Leite]. O que foi nos governos Sartori e Eduardo Leite, tem que continuar. O que não está muito bem, temos que mudar e o que nunca foi feito, temos que fazer. Modernizar escolas, nem Eduardo, nem Sartori e nem PT fizeram.

DP – A polarização no cenário nacional deve influenciar no Estado? Temos muitos nomes concorrendo pela primeira vez ao governo.

BA – Essa eleição, diferente de 2018, não vai ter onda, aquela que arrasta todo mundo sem pensar. Também não vai ser a eleição do anti. Vai exigir mais reflexão para escolher quem é o melhor para governar o Estado e presidir o Brasil. Temos que sair dessa escolha do menos pior.

DP – Qual seu posicionamento sobre filiação de Geraldo Alckmin no PSB para ser vice de Lula (PT)?

BA – Ninguém é governador do maior Estado do País quatro vezes se não tem virtudes. Seria uma liderança bem-vinda, para fazer uma ampliação do leque político do presidente Lula.

DP – O que fazer para fomentar a economia do Sul do Estado?

BA – Temos que ser um Estado ofensivo na atração de novos empreendimentos e vocações produtivas. Não adianta o Estado ser frágil em incentivos fiscais duradouros, pensando apenas no caixa, e deixando o povo sem emprego. Temos que trabalhar muito o desenvolvimento local e regional. Não é só com grandes conglomerados que a gente desenvolve, é com o pequeno negócio nas cidades. Pós-pandemia o RS deveria ter R$ 100 milhões de aporte para empresas que fecharam. Se conseguir salvar a empresa, estou gerando empresa, consumo e salvando economia. Essa é uma proposta que estará no meu plano de governo.

Fonte: Diário Popular/ Pelotas

Foto: Jô Folha – DP

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